AMAMENTAÇÃO NO RETORNO AO TRABALHO
- Andrea Cavalli

- 3 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Por que é tão difícil que as empresas apoiem as colaboradoras que amamentam?
O desmame precoce ainda é preocupante no Brasil. Enquanto a Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a amamentação pelo menos até os 02 anos, sendo exclusiva nos primeiros 06 meses, muitas das nossas mães não passam dos 06m. Aos 04 meses acontece o pico de desmame, justamente quando encerra a licença maternidade da maioria das trabalhadoras.
A amamentação exclusiva se mantém em torno de 45% até os 04m. Depois cai drasticamente, e pelos dados mais recentes do Brasil fica em 13,2% apenas, conforme relatou o último ENANI.

Isso se dá por vários motivos, e dentre eles se destacam a falta de informação das lactantes e famílias, e pela falta de apoio e incentivo das empresas.
Até que o bebê complete 06 meses, a mãe trabalhadora que amamenta tem direito a 02 intervalos de 30 minutos extras em sua jornada exclusivos para a amamentação (amamentar ou ordenhar). Estes intervalos podem ser negociados, a critério do empregador, aumentando o tempo de licença ou mudando o horário de entrada/saída em 01h.
Ainda falando em deveres das empresas, estas mães têm direito a espaço para que o bebê seja cuidado dentro da empresa, ou a uma creche conveniada muito próxima do local de trabalho quando há mais de 30 colaboradoras maiores de 16 anos em idade fértil contratadas. Desta forma as mães teriam mais fácil acesso aos bebês para amamentar nestes intervalos.

É raro encontrar mães trabalhadoras que relatam ter um espaço para ordenhar e armazenar o seu leite com segurança no local de trabalho.
Por lei, apenas repartições públicas federais têm a obrigação de terem salas de apoio a amamentação. A nível municipal e estadual não há obrigatoriedade.
Para empresas privadas também é facultativo.
Mas por que é tão difícil hoje (já em 2023!) encontrarmos empresas amigas da amamentação? Será que é preciso uma estrutura muito complexa e cara?
Não. A estrutura é bem simples, e está descrita num guia elaborado pelo Ministério da Saúde e ANVISA, que você pode acessar clicando aqui.
Um pequeno espaço, uma poltrona, geladeira (de preferência com congelador), tomada de energia ligar uma bomba extratora, estrutura para lavar as mãos e acessórios.
A sala deve ser reservado apenas para este fim, e se possível, climatizados, proporcionando mais conforto e tranquilidade para os momentos de extração.
O tamanho recomendado é de pelo menos 1,5m² por poltrona, sendo necessário 01 poltrona para cada 400 colaboradoras.
Não parece nada complicado, ainda mais quando se pensa nos benefícios que pode trazer para mãe, bebê, e por consequência para a empresa.
E é por isso que um dos meu focos de atuação é auxiliar mães a continuarem amamentando quando retornam às suas atividades, sejam elas profissionais, de educação, de lazer, de autocuidado... É possível continuar amamentando mesmo quando há períodos de afastamento do bebê, mas é preciso estar preparada!
Na mentoria Eu Vou Continuar, além de toda a parte prática de ordenha, armazenamento, degelo, transporte e treino do bebê e o tão desejado (mas não sempre necessário) aumento de produção, mostro como as mães que acompanhei individualmente e em grupo encaram alguns desafios deste período. Com a mentoria consigo compartilhar mais de 15 anos de experiência e conhecimento na área.
Ficou interessada? Acesse aqui para mais informações.




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